sexta-feira, 19 de abril de 2013

O inferno? Quase ninguém mais acredita nele!

Por D. Estêvão Bettencourt A razão por que muitos em nossos tempos não acreditam no inferno, é que nunca tiveram explicação exata do que ele significa: é frequente conceber-se o inferno como castigo que Deus inflige de maneira mais ou menos arbitrária, como se desejasse impor-se vingativamente como Soberano Senhor; o réprobo seria atormentado maldosamente por demônios de chifres horrendos, em meio a um incêndio de chamas, etc. — Não admira que muitos julguem tais concepções inventadas apenas para incutir medo ; não seriam compatíveis com a noção de um Deus Bom. Na verdade, o inferno não é mais do que a consequência lógica de um ato que o homem realiza de maneira consciente e deliberada aqui na terra; é o indivíduo quem se coloca no inferno (este vem a ser primàriamente um estado de alma; vão seria preocupar-se com a sua topografia) ; não é Deus quem, por efeito de um decreto arbitrário, para lá manda a criatura, É o que passamos a ver. Admitamos que um homem nesta vida conceba ódio a Deus (ou ao Bem que ele julgue ser o Fim último, Deus) e O ofenda em matéria grave, empenhando toda a sua personalidade (pleno conhecimento de causa e liberdade de arbítrio); essa criatura se coloca num estado de habitual aversão ao Senhor. Caso morra nessas condições, sem retratar, nem mesmo no seu íntimo, o ódio ao Sumo Bem, que sorte lhe há de tocar ? A morte confirmará definitivamente nessa alma o ódio de Deus, pois a separará do corpo, que é o instrumento mediante o qual ela, segundo a sua natureza, concebe ou muda suas disposições. Depois da morte, tal criatura de modo nenhum poderá desejar permanecer na presença de Deus; antes espontaneamente pedirá afastar-se d'Ele. Não será necessário que, para isto, .o Juiz supremo pronuncie alguma sentença; o Senhor apenas reconhecerá, da sua parte, a opção tomada pela criatura ; Ele a fez livre e respeitará esta dignidade, em hipótese nenhuma forçando ou mutilando o seu alvitre. Eis, porém, que desejar afastar-se de Deus e permanecer de fato afastada, vem a ser, para a alma humana, o mais cruciante dos tormentos. Com efeito, toda criatura é essencialmente dependente do Criador, do qual reflete uma imagem ou semelhança ; por conseguinte, ela tende por sua própria essência a se conformar ao seu Exemplar (é a natureza quem o pede, antecedentemente a qualquer opção da vontade livre); caso o homem siga esta propensão, ele obtém a sua perfeição e felicidade. Dado, porém, que se recuse, a fim de servir a si mesmo, não pode deixar de experimentar os protestos espontâneos e veementíssimos da natureza violentada. A existência humana torna-se então dilacerada : o pecador sente, até nas mais recônditas profundezas do seu ser, o brado para Deus ; esse brado, porém, ele o sufocou e sufoca, para aderir a um fim inadequado, fim que, em absoluto, ele não quer largar apesar do terrível tormento que a sua atitude lhe causa. — Na vida presente, a dor que o ódio ao Sumo Bem acarreta, pode ser temperada pela conversão a bens aparentes, mas precários..., pela auto-ilusão ; na vida futura, porém, não haverá possibilidade de engano! É nisto que consiste primariamente o inferno. Vê-se que se trata de uma pena infligida pela ordem mesma das coisas, não de uma punição especialmente escolhida , entre muitas outras por um Deus que se quisesse “vingar” da criatura. Em última análise, dir-se-á que no inferno só há indivíduos que nele querem permanecer. — A este tormento espiritual se acrescenta no inferno uma pena física, geralmente designada pelo nome de fogo; certamente não se trata de fogo material, como o da terra, mas de um sofrimento que as demais criaturas acarretam para o réprobo, e acarretam muito naturalmente. Sim; quem se incompatibiliza com o Criador não pode deixar de se incompatibilizar com as criaturas, mesmo com as que igualmente se afastaram de Deus (o pecador é essencialmente egocêntrico), de sorte que os outros seres criados postos na presença do réprobo vêm a constituir para este uma autêntica tortura (não se poderia, porém, precisar em que consiste tal tormento). Por último, entende-se que o inferno não tenha fim ; há de ser tão duradouro quanto a alma humana, a qual por sua natureza é imortal; Deus não lhe retira a existência que lhe deu e que, em si considerada, é grande perfeição. Embora infeliz, o réprobo não destoa no conjunto da criação, pois por sua dor mesma ele proclama que Deus é a Suma Perfeição, da qual ele se alheou (é preciso, nos lembremos bem de que Deus, e não o homem, é o centro do mundo). Não se pense em nova “chance” ou reencarnação neste mundo. Esta, de certo modo, suporia que Deus não leva a sério as decisões que o homem toma, empenhando toda a sua personalidade; o Senhor não trata o homem como criança que não merece respeito. De resto, a reencarnação é explicitamente excluída por textos da Sagrada Escritura como os que se acham citados sob o no 8 deste fascículo. Eis a autêntica noção do inferno, que às vezes é encoberta por descrições demasiado infantis e fantasistas. Veja a propósito E. Bettencourt, A vida que começa com a morte (ed. AGIR) Cap. VI. Fonte: Revista Pergunte e Responderemos. No. 03, Julho de 1957. Pág. 10-12.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Cidade fantasma surge do nada sobre rio chinês!

Fenômeno ótico
Aparentemente, a cidade fantasma se trata de uma miragem, ou seja, uma ilusão de ótica formada devido à umidade presente no ar que provavelmente se tornou mais quente do que a temperatura da superfície logo abaixo — neste caso, o rio Xinan — fazendo com que os raios solares, provenientes de temperaturas mais baixas, sofressem refração e criassem um reflexo.
Normalmente, as imagens formadas pelas miragens são pouco definidas, portanto, as que foram vistas na China são, provavelmente, as mais nítidas já registradas. O vídeo que você pode ver acima foi capturado pelos moradores locais, e alguns, inclusive, chegaram a sugerir que a miragem possa se tratar de uma espécie de portal para uma civilização perdida e até mesmo de um breve vislumbre de outras dimensões ou universos paralelos.Fonte:issoebizarro.com

Ocultistas

Allan Kardec Ao lançar um olhar através dos fenômenos naturais não explicados pela ciência, ocultistas de todas as épocas vem trazendo inúmeros benefícios à humanidade ao apresentar da forma mais séria e empírica possível, as evidências da existência do grandioso mundo invisível. Para inaugurar esta coluna, não poderia imaginar um nome mais significativo: o de Allan Kardec, o chamado codificador do espiritismo. Aliás, não era este seu nome de batismo. Ele nasceu Denisard Hypolite Leon Rivail, em Lyon, França, em 3 de outubro de 1804. Espírito brilhante, pesquisador metódico, sua inclinação às letras e às ciências, logo o fizeram um nome respeitado nos meios acadêmico e científico. Seguindo a tendência do racionalismo de sua época, Allan Kardec tinha por princípio analisar e dissecar uma teroria, fenômeno ou suposição antes de rotulá-los como incompreensíveis. Deste modo, quando um amigo lhe falou do fenômeno das mesas "voadoras" e "falantes", sua primeira atitude foi investigar. Afinal, como seria possível mesas se erguerem, girarem no ar e emitirem sons sem nenhum concurso vivsível de participação humana? Inicialmente, pensou se tratar de um fenômeno magnético. Aos poucos, em seguidas reuniões em casas onde tais coisas se sucediam, começou a distinguir um princípio inteligente por trás de tudo. Um princípio que abria as portas nada menos para a vida após a morte, já que era comandado por espíritos que já haviam desencarnado. Pacientemente, munido das perguntas que sempre intrigaram a humanidade em todas épocas, Kardec foi tendo suas perguntas respondidas por espíritos elevados que se expressavam de forma culta, racional e objetiva. Kardec questionou aos espíritos sobre vida, nascimento, reencarnação, morte, o céu e o inferno, o purgatório..nada ficava sem resposta.. Sua formação como professor, cientista e pedagogo ajudou a conceber um verdadeiro sistema que seria a base da doutrina espírita. Decidido a publicar tudo o que lhe foi passado, seguiu o conselho de um espírito e adotou o pseudônimo de Allan Kardec, que fora seu verdadeiro nome em outra existência como druida. Em 1957, é lançado O Livro dos Espíritos, o primeiro de uma série que iria evidenciar de forma racional a existência de um mundo invisível, mas bem povoado. O apelo à lógica, à razão, a pesquisa detalhada, as conclusões, comparações, injunções de um homem estudioso das leis naturais, não deixam qualquer dúvida sobre a seriedade de Allan Kardec. Quanto à existência deste mundo que ele falava, cabe a cada um, de acordo com sua evolução, missão e momento espiritual, descobri-lo a seu tempo. Allan Kardec desencarnou em 31 de março de 1869, aos 65 anos de idade. Conde de Saint-German Em 112 anos de vida carnal, a passagem pela Terra do espírito chamado Conde de Saint Germain, assombrou seus contemporâneos na França do século XVIII, e continua a intrigar até os dias atuais. Muito se fala e se especula sobre este personagem que tinha fama de imortal e aparentava jamais envelhecer. Como um autêntico missionário, sua passagem foi registrada por toda Europa e parte da Ásia, muitas vezes apresentando-se com outros nomes e títulos, sempre ajudando os mais humildes e necessitados, sem abdicar porém, de sua posição nobre, da qual se valia para distribuir riquezas e consolos. Por meses e anos, ninguém ouvia falar dele, até que, de repente reaparecia "magicamente", com a mesma aparência, em alguma corte européia, o que muito contribuía para sua fama de imortal. Outra curiosidade é que ele era vegetariano, jamais sendo visto comendo ou bebendo nas festas e banquetes, exceto água. À suas qualidades humanas, somavam-se diversas habilidades: pintava divinamente, tocava violino e clavicórdio (uma espécie de predecessor do piano). Também era capaz de conversar como nativo em nada menos que 12 idiomas, entre as quais o sânscrito, o árabe e o chinês. Alquimista renomado, detinha o segredo do Elixir da Longa Vida (o que explicaria sua imortalidade) e o da Pedra Filosofal, que o ajudava a transformar metais em ouro, o que fez certa feita diante de um boquiaberto Luis XV, Rei da França. Saint Germain detinha também o dom da previsão. Diz-se que advertiu sua amiga Maria Antonieta da iminência da Revolução Francesa, chegando a entrar em detalhes sobre as conseqüências trágicas para a família real. Conhecia profundamente as propriedades curativas das plantas, raízes e ervas, tendo fabricado diversos medicamentos, que eram distribuídos entre ricos e pobres, sem distinção. Detendo tantos poderes e segredos, não é de se impressionar que tivesse feito parte da Loja Maçônica de Paris, onde palestrava com Russeau, Mozart, Hydin e Voltaire. Além disso, inspirou e fundou diversas sociedades secretas. É tido dentro do culto da Fraternidade Branca como Mestre Ascencionado, responsável pelo Sétimo Raio e pela Chama Violeta. De acordo com o mesmo culto, Saint Germain conduzirá a humanidade pela Era de Aquário, nos próximos 2 mil anos, um período mais espiritual onde o ser humano experimentará um autêntico crescimento. Em seu livro "A Doutrina Secreta', Madame Blavatsky, uma das fundadoras da Teosofia, afirmava que Saint Germain tivera diversas reencarnações, entre elas como profeta Samuel, como José, pai adotivo de Jesus, como Shakespeare e como mago Merlin. Em todas elas, sempre se apresentou como amigo dos animais, da natureza e da humanidade, ajudando na evolução do planeta. Pitágoras Para este filósofo grego nascido na Ilha de Samos em 580 AC. , a explicação de todos os fenômenos e mistérios do universo repousava nos números. Por exemplo. O "1" ou mônada representa a unidade, totalidade, de onde se originaram todas as coisas. Separando-se do "1", o número "2" é ao mesmo tempo complemento e oposto. Graças à divisão do "2", adquirimos a consciência do "1". Resultante da combinação do "1" com o "2", o número "3" simboliza o acesso à consciência das coisas materiais e das coisas imateriais, ou seja, a soma do "1" com o "2" resulta no pensar que leva ao saber, o "3". Estes três números interligados formam também o TRIÂNGULO, objeto sagrado em muitas doutrinas antigas por conter em si a totalidade - o início, o meio e o fim. O famoso "Teorema de Pitágoras" - a soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa - se originou da observação dos triângulos retângulos. Influenciada pelas palavras de um adivinho no Líbano, a mão de Pitágoras enviou o então filho adolescente ao Egito para que se desse sua iniciação, que durou 22 anos. Pitágoras teve então uma visão da jornada humana: compreendeu a involução da alma - sua descida à matéria para aprimorar-se - e a sua evolução - a tomada gradual de consciência da divindade interior e responsabilidade de amar a todos os seres. Por ocasião de uma guerra, Pitágoras fugiu do Egito indo parar na Pérsia onde magos persas lhe transmitiram a doutrina de Zoroastro. Depois esteve na Índia, recebendo ensinamentos dos brâmanes. Também travou contato com os caldeus e sírios, na época reconhecidos como povos possuidores de grandes conhecimentos em matemática e geometria. De posse de admirável conhecimento, maior que o de todos os sábios da Grécia, ele volta para lá e funda uma escola iniciática de matemática e filosofia em Crotona, para legar à humanidade tudo o que aprendera. Prático, Pitágoras não ficava só nas teorias e contemplação. Desenvolveu um sistema de educação e administração civil que chegou a influenciar Platão, um de seus discípulos, em seu livro "A República". A admissão na escola de Pitágoras era tão difícil e valorizada que acabou por gerar dois termos: "esotéricos" - os admitidos - e "exotéricos" - não admitidos. Avançado para o seu tempo, o instituto de Pitágoras despertou a ira e a indignação de muitos espíritos obscuros, o que acabou por levar à destruição da escola. Por este motivo, durante os anos e séculos vindouros, os ensinamentos de Pitágoras ganharam um cunho hermético, sendo passados adiantes apenas por membros de ordens e doutrinas secretas. Para Pitágoras, o silêncio era importante, pois através dele, paradoxalmente, podia-se ouvir a harmonia dos planetas (esferas) girando no universo. Outra curiosidade, um tanto machista, a respeito dos números: os pares seriam femininos, por serem efêmeros, passageiros, de origem terrestre; os ímpares, masculinos, por serem celestiais. A soma do primeiro número par, o "2", com o primeiro ímpar, o "3", forma o "5", o número - segundo ele - do casamento. Pitágoras acreditava na imortalidade da alma, só que, influenciado pelos egípcios, acreditava também na metempsicose, doutrina que pregava a possibilidade de uma alma humana reencarnar no corpo de um animal. Devido a isso, Pitágoras e seus seguidores jamais incluíam carne em suas refeições. Morreu por volta de 500 AC aos oitenta anos, legando para a humanidade uma visão que até hoje nos ajuda a compreender nosso papel - tanto como espíritos quanto como encarnados - diante da vida maior. Jesus Filho do Criador que encarnou entre os homens para fundar e divulgar o Cristianismo. Mito de Peixes, porque com Ele se iniciou a Era de Peixes, redentor da humanidade, responsável pelo planeta Terra, Jesus nasceu em Belém, viveu em Nazaré e como Messias revolucionou o mundo com idéias próprias fundamentando a Verdade Primeva. A partir de seu nascimento de uma Virgem, tendo sida anunciado por um anjo, sua vida foi sempre diferente: muitos ensinamentos e carismática atraindo seguidores que mais tarde divulgaram sua mensagem. Tão marcante foi sua meteórica passagem pela Terra, que o calendário mundial se baseia em sua vida para determinar épocas: A.C. e D. C. ( antes e depois de Cristo). Para cumprir sua missão de mártir, passou um período de vida oculto, ressurgindo aos 30 anos, correspondente à volta de Saturno, quando o mapa natal se repete para verificar se a pessoa está apta a cumprir sua missão. Começando com o Batismo, congregou pessoas comuns como seus companheiros e seguidores, os 12 Apóstolos, cada um representativo da humanidade, mostrando personalidades diferentes e pertencendo a um signo do Zodíaco. Por 3 anos, com parábolas e milagres, ensinou a verdadeira filosofia de vida: amor altruísta, universalidade, espiritualidade. Com a energia do segundo raio, o do amor, desapegado dos bens materiais, mas exemplificando com seu trabalho de marceneiro, como o seu pai adotivo José, que o trabalho dignifica o homem e com a sábia compreensão dos sentimentos humanos, Jesus impregnou na humanidade os conceitos de dever, justiça, amor ao próximo e principalmente amor ao Pai, a certeza da imortalidade da alma e a grande lição da humildade. Ele, Filho do Criador, se submeteu à lei dos homens, para redimir a humanidade. Crucificado aos 33 anos, como símbolo da ignorância das criaturas que não reconheceram a perfeição por serem tão inseguros de seus poderes, que precisaram matar para continuar reinando. Demonstrou a todos o milagre da imortalidade ressuscitando ao 3º dia e se materializando, confirmando Seu maior ensinamento: a morte é temporal, mas a vida é eterna. Anton Mesmer A conhecida rixa entre ciência e religião, fé e razão, sofreu um abalo após as descobertas deste homem. Por que a ciência não pode apoiar as manifestações da fé, do não visto? Por outro lado, por que a fé precisa ser cega, irracional e baseada em dogmas? Uma deve complementar a outra, pressentiu o grande médico austríaco Franz Anton Mesmer. Com Mesmer, a humanidade começa a compreender, ainda que de forma relutante, que o mundo invisível não é uma abstração da mente, não é fruto de delírios religiosos ou mero escapismo da chamada "realidade". Sua teoria do "magnetismo animal", mais tarde aperfeiçoada como ciência, atestou a presença de forças invisíveis atuando junto do organismo físico do ser humano. Foi o primeiro passo para se compreender a importância de elementos que carregamos conosco - invisíveis para nossos sentidos - como "fluido", "aura", "astral". Nascido em 1734, Mesmer estudou teologia antes de se formar em medicina na Universidade de Viena. Admirado pela sua bagagem científica, Mesmer chocou seus colegas ao afirmar que havia tido sucesso na cura de alguns pacientes com desequilíbrios mentais simplesmente empregando a energia que saia de suas mãos. Ele não aplicava esta energia somente no corpo de seus pacientes, mas também na água, que assim ficava magnetizada, impregnada de uma energia restauradora e curadora. Espírito bondoso, sempre dedicado a ajudar os menos favorecidos, Anton Mesmer nunca cobrava pelos tratamentos e mantinha às próprias custas, casas de cura em Viena e Paris, onde punha em prática - para todas classes sociais - seu inusitado e bem-sucedido método terapêutico. Ao invés de gratidão e reconhecimento, porém, o abnegado doutor recebeu a desaprovação do seu meio. A inveja, a incompreensão, o apego aos dogmas, a resistência à verdade, enfim, espíritos sem luz nem caridade, tanto representando a ciência quanto a religião - e na verdade representando apenas seus pequenos egos - fizeram com que ele interrompesse seu atendimento aos pacientes e fosse expulso de ambas as cidades. A popularidade do doutor, porém, havia ultrapassado fronteiras. O governo francês chegou a nomear uma comissão de notáveis do mundo todo - liderados pelo americano Benjamin Franklin - para atestar a veracidade de sua ciência. A comissão conclui que o "doutor realmente obtém resultados notáveis de cura", mas sem dar o braço a torcer, não diz que foi graças ao "magnetismo animal" e sim a "causas fisiológicas desconhecidas". Exilado na Suíça, Mesmer nunca deixa de praticar o bem, sempre apoiado na sua ciência dos fluidos magnéticos. Apesar das perseguições, ele deixou vários seguidores, que trataram de aperfeiçoar e difundir os benefícios do que viria a ser chamado "mesmerismo" pela Europa e pelo mundo. Franz Anton Mesmer, faleceu em 1815, certamente com a sensação de ver cumprida sua missão como espírito de bem. diante da vida maior. HELEN BLAVATSKY Quando criança, Helen Blavatsky, nascida em 1831, pertencente à uma nobre família russa, tinha um sonho recorrente: via-se em um lugar distante, ermo, recebendo de um ancião ensinamentos sobre assuntos ainda não compreendidos nem explorados pelo saber de sua época. Aos vinte anos, o sonho se tornou realidade. Ela encontrou o homem que viria a ser seu mestre, no Hyde Park, em Londres. Os ensinamentos misteriosos que a esperavam seriam ministrados no Tibet, para onde ela se mudou, recebendo não de um, mas de vários tutores a base de conhecimentos que mais tarde ela iria divulgar ao mundo sob o nome de Teosofia. O termo Teosofia se originou da junção dos termos gregos "Theos" e "sophia", significando literalmente "conhecimento divino". Já era empregado pela corrente filosófica chamada "neoplatonismo", fundada no século II D.C. Os neoplatonistas acreditavam na ascensão do homem pelo sua progressiva interiorização, buscando o divino em si mesmos. Em livros como "Ísis Revelada" e sua obra principal "A Doutrina Secreta", Helen Blavatsky conseguiu de forma lógica e apelando à razão o início de uma aceitação - lenta mas progressiva - de temas controversos como reencarnação, a sobrevivência do espírito após a morte, a lei do Karma, a evolução da alma nos planos físico, mental e espiritual, e inclusive aspectos da formação do universo e de nosso sistema solar. Mas, em que doutrinas se baseava a obra de Helen? Segundo a autora, em várias épocas da humanidade, o saber da essência da vida foi sendo guardado em sociedades secretas, seguidoras das filosofias e religiões asiáticas. Cada qual, dispunha de uma parte do todo. Tais fragmentos chegaram até a época dela na forma de símbolos, hieróglifos, enigmas. Em sua jornada ao Nepal, Helen aprendeu a decifrar o saber que havia viajado séculos e séculos, sendo transmitido em forma hermética e sempre longe do alcance das pessoas comuns. Chegado o tempo de divulgar o que até então era oculto, Helen P. Blavatsky recebeu a missão de transmitir, de forma clara e acessível, um repositório de sabedoria, experiência e linha de conduta espiritual e material, que nada mais era do que um tesouro pertencente a toda a humanidade. Graças a esta veiculação, a humanidade pôde entrar em contato com respostas a questões milenares. Respostas que cada vez mais a levam rumo a um total e pleno auto-conhecimento. É claro que Helen Blavatsky enfrentou fortes resistências, chegando a ser declarada impostora pela Sociedade de Pesquisa Psíquica de Londres. Mas o que ela transmitiu permanece. Helen desencarnou em 1891. Uma de suas máximas era "Nenhuma religião é mais alta que a Verdade". Charles W. Leadbeater Escritor, clarividente, religioso, este discípulo de Helen Blavatsky (ver mês anterior), nascido em Londres, em 1847, foi um dos grandes investigadores e divulgadores das ciências ocultas. Leadbeater nasceu em Londres, em 1847, e após estudar teologia, ordenou-se sacerdote anglicano. Sua sede de saber o levou a conhecer melhor a obra dos teosofistas, entre eles AP. Sinnet e Helen Blavatsky. A convite desta última, largou seus ofícios na Igreja Anglicana e seguiu para a Índia para trabalhar em Madras, a serviço da Sociedade Teosófica. Na Índia, suas faculdades mediúnicas se aperfeiçoaram pela prática da Yoga. Tais faculdades o permitiram tomar conhecimento preciso de uma de suas encarnações como sábio e discípulo de Pitágoras, na Grécia Antiga. De volta à Inglaterra, 5 anos depois, conhece Annie Besant, empreendendo com ela diversas pesquisas sobre a vida invisível. Com equilíbrio e objetividade, Leadbeater estudou a fundo religião, ciência, filosofia e vários ramos do ocultismo, dando à luz uma série de obras que o reputaram como escritor sério e respeitado, mesmo pelos descrentes do mundo espiritual. Em "Os Chakras", ensina como pela meditação, podemos entrar em contato com nosso EU interior, destravando ao mesmo tempo as energias negativas que nos bloqueiam maiores realizações no mundo exterior. No livro "Auxiliares Invisíveis", descreve relatos colhidos entre pessoas das mais diversas classes que, em um momento crucial de suas vidas, lograram escapar de grande perigo graças à intervenção de espíritos amigos e protetores. Com Annie Besant escreveu "Formas de Pensamento", onde analisa a força e o poder do pensamento, ensinando a direcioná-los de forma positiva. Em "Compêndio de Teosofia", uma de suas obras mais importantes, Leadbeater fala da constituição carnal e espiritual do ser humano, de sua evolução dentro de um cenário de vida infinita, das cadeias planetárias, da formação de um sistema solar, da reencarnação e dos objetivos primevos da humanidade em seu envoltório finito na carne no planeta Terra. No começo do século XX, retornou à Índia, conhecendo uma criança com qualidades extraordinárias: Jiddu Krisnamurti. Entrevendo nela um dos grandes instrutores que de quando em quando descem para ensinar à humanidade, tomou-o como discípulo. Mais tarde, mudou-se para a Austrália, unindo-se à Socidedade Teosófica deste país, onde continuou a escrever, estudar e investigar os fenômenos que, graças à sua bondade e perspicácia, são aceitos com mais naturalidade em nossos dias. Leadbeater desencarnou em 1934, em Sidney. Arthur Conan Doyle O que o autor de Sherlock Holmes está fazendo nesta seção? Teria ele levado uma vida secreta a par das de médico e renomado romancista? Na verdade, embora não fosse médium, Conan Doyle foi um dos mais conhecidos e ativos propagadores da doutrina espírita, devendo-se a ele a aceitação e o conhecimento dos preceitos do espiritismo em vários países da Europa, especialmente nos de língua inglesa. Mas, ele não foi um espírita desde criancinha. A convicção da sobrevivência da alma ao corpo físico só veio após muito estudo e observação. Ele nasceu em Edimburgo, Escócia, em 1859, no seio de uma família católica. A tradição da família era perseguir carreiras artísticas, mas Conan Doyle se viu antes atraído pela medicina. Formado, exerceu sua profissão como cirurgião em diversas localidades da África e no Ártico, experiências que forneceram mais tarde matéria-prima para a construção de personagens e aventuras de seu famoso detetive. Como Conan Doyle chegou até o Espiritismo? Bom, digamos que era o assunto da moda, pelos idos de 1880. As mesas falantes, os rabiscos, as comunicações mediúnicas, contatos com os mortos, tais tópicos estavam em todas as rodas de conversação. Após presenciar algumas sessões, Doyle, um típico positivista, a despeito de sua formação católica, entreviu que ali havia algo que merecia mais estudo, antes de ser descartado como fenômeno da imaginação. Além disso, nessas visitas, sua esposa acabou se revelando uma eficiente médium psicografa. Após debruçar-se sobre os principais livros sobre o assunto e impressionado com a conversão de nomes famosos da ciência como o astrônomo Camille Flamarion e do cientista Sir William Crookes, Arthur Conan Doyle anunciou publicamente sua conversão ao espiritismo, o que lhe custou, é claro, a reprovação de boa parte da sociedade, da Igreja e até da monarquia que tentou negociar seu afastamento da nova descoberta, prometendo-lhe um mundano título nobiliárquico, prontamente recusado. Sua experiência com o mundo invisível rendeu quatro livros, entre eles o mais conhecido foi “A Nova Revelação”. Ao lado da esposa, percorreu diversos países da Europa e da África divulgando a nova doutrina, que, em suas palavras “era importante, não só para a filosofia e para a religião, mas também oferecia novos caminhos à ciência e à medicina”. Merlin Mago, feiticeiro, druida, alquimista, profeta, clarividente, místico. Definir com exatidão quem foi o Mago Merlin sempre foi tarefa árdua para escritores, poetas e historiadores, seja na Inglaterra entre os séculos XII e XIII , quando surgiram os primeiros romances de cavalaria sobre o ciclo arturiano, seja nos dias de hoje. A principal pergunta é: terá sido Merlin um homem de carne e osso, ou sua figura seria apenas, tal como Arthur, parte de lendas passadas de boca em boca, entre inúmeras gerações? Até hoje não há uma resposta segura. Mas o mais importante é que ao pensarmos em Merlin temos nele a síntese do Mago Branco, aquele que utiliza seus conhecimentos do mundo invisível para o bem. Aquele que está em permanente contato com a Divindade e, a favor dela, trabalha para o desenvolvimento da humanidade. Comumente retratado com longas barbas e cabelos brancas, vestindo túnica e portando um cajado, Merlin conhecia todos os segredos da natureza, extraindo medicamentos e fabricando feitos a partir de suas raízes. Também tinha o dom de conversar com os animais e de provocar fenômenos naturais. Quem quer que tenha sido, o mito de Merlin nasceu na baixa Idade Média, lá pelos séculos IX e X, em um mundo dividido entre as crenças do paganismo com seu imaginário maravilhoso de fadas, elementais, deuses e feiticeiras, e o cristianismo, com os rigores da Igreja Católica. Nessa época era comum invocar os espíritos dos mortos e os mundos estranhos e fantásticos que eles habitavam como, por exemplo, a Ilha de Avalon. O fato é que Merlin age sempre como um demiurgo (interventor divino): alterando o tempo, provocando eventos, interferindo nos pensamentos e ações dos inimigos de Arthur. Vejamos a participação de Merlin no ciclo arturiano. É graças a um feitiço de Merlin que Uther Pendragon, pai de Arthur, o concebe no ventre de Igraine, numa aventura amorosa proibida que fez Igraine imaginar que estava fazendo amor com o próprio marido. Com outro feitiço fez o rei Pelinore adormecer quando estava prestes a decapitar Arthur. É Merlin que trama a construção da Távola Redonda, que aconselha Arthur a unir a Inglaterra e a fundar uma cidade - Camelot - fundada nos propósitos da honra, da fidalguia e da paz. É Merlin quem contata a Dama do Lago para que esta dê a espada Excalibur a seu protegido. Símbolo de poder e de união, Excalibur faz com que Arthur seja imbatível em combate e na busca de seus propósitos. Nostradamus Nascido em Saint Remy, na França, no começo do século XIV, Michel de Notredame sempre foi reconhecido como um bom médico e homem de ciência. O que nem seus contemporâneos nem ele próprio poderiam prever é que Nostradamus (seu sobrenome latinizado) viria a se tornar um dos mais célebres, discutidos e lidos profetas de todos os tempos. Astrônomo, Astrólogo, Alquimista, Matemático, a vida de Nostradamus sempre foi dedicada ao conhecimento. Vários acontecimentos conturbados marcaram sua juventude. A peste levou sua esposa e seus dois filhos. Como se não bastasse, seu sobrenome era de origem judia, o que o levou a ser perseguido pela Inquisição. Nostradamus tornou-se um ser errante, viajando pela Europa, em especial França e Itália. Aos 52 anos, no ano de 1555, exercendo a profissão de médico, começou a escrever uma série de Quadras (poesias de 4 linhas). Nada haveria de mais no fato não fossem estas quadras profecias para o futuro da humanidade, abrangendo séculos adiante do seu tempo. Até o fim de sua vida Nostradamus escreveu 942 quadras, descrevendo em detalhes: guerras, descobertas da ciência, unificações e desaparecimento de países, surgimento de doutrinas e de partidos políticos, cataclismas da natureza, entre outros fatos. As quadras não se limitavam à Europa. África, Ásia e o que já era conhecido como Novo Mundo (América, Brasil), estão em várias de suas quadras. Seu prestígio o postou à posição de conselheiro de três reis da França, um dos quais, Henrique II, teve a morte prevista em uma das quadras, o que tornou o profeta homem de confiança da Rainha Catarina de Médicis. De formação religiosa Nostradamus sempre foi modesto em relação a seu dom de profetizar os acontecimentos. Ele atribuía suas quadras à uma vontade de Deus, que conversava com ele através de emissários angelicais (para o espiritismo seriam emissários do Plano Astral. Muitos espíritas afirmam que o Conde de Saint Germain orientava as predições de Nostradamus). Paradoxalmente, o grande vidente também afirmava que quem estudasse astrologia e astronomia e conhecesse a disposição dos astros, também estaria em condições de prever o futuro. As quadras foram reunidas em um livro, as "Centúrias "e ao longo dos séculos traduzidas para diversos idiomas. Críticos de todos os tempos afirmam que o sentido delas era obscuro (foram escritas em línguas clássicas, entre elas, o latim), o que facilitava sua adaptação a qualquer acontecimento. Tais opiniões são minoria, já que quem se dispor a ler algumas que sejam de suas quadras se verá diante de fatos que não poderiam ser adaptados. Revolução Francesa, ascensão e queda de Hitler e Napoleão, assassinato de John Kennedy são algumas das mais conhecidas com quase nenhuma margem à adaptações. Em nossos tempos, chamou a atenção a profecia sobre o Eclipse da Lua em 1999, que de fato ocorreu. Vejam a Quadra 64, Centúria I, onde Nostradamus se refere a nossos tristes tempos de guerra, desde a década de 40 do século XX. "Pensarão ter visto o Sol à noite Quando o porco meio-homem se verá: Ruído, canto , batalha, luta vista no céu, E feras brutas falando se ouvirá " Interpretação: Pensarão ter visto o Sol à noite - Na explosão de uma bomba atômica no Novo México, em 1945, pessoas a 200 km de distância viram o clarão que se assemelhava à subida e descida do Sol, só que em poucos segundos. Quando o porco meio-homem se verá - Cena corriqueira nos modernos exércitos e equipes de resgate: homens com máscaras anti-tóxicas que mais parecem focinhos de porcos. Ruído, canto, batalha, luta vista no céu - Pessoas orando em todo mundo enquanto bombas e modernos jatos rasgam os céus. Feras brutas falando se ouvirá - Aqui cabem várias interpretações, desde a comunicação entre as super-potências e seu linguajar exortando à guerra, até este mesmo linguajar sendo ouvido por aparelhos de radio-frequência provocando modulação na voz, que se assemelharia à de feras bestiais e brutas. Milhares de pessoas aguardam acontecimentos significativos previstos por Nostradamus para os próximos anos, como o alargamento da faixa de Santo André na Califórnia, que provocaria um derradeiro terremoto e soterraria o estado. Ou o aumento no nível da água ocasionado pelo derretimento das geleiras, que inundaria vários países da Europa. Quando se trata de Nostradamus e da maneira como o ser humano trata do planeta Terra, tudo é possível. No entanto, como afirmava o próprio. A manutenção do planeta depende mais de uma mudança na postura mental da humanidade, mais amorosa, sábia e solidária do que de fatores externos. Ou seja, ainda temos um livre-arbítrio para tornar este mundo melhor. É bom que cada um comece a fazer a sua parte. Lao-Tsé No final do século VII, na antiga China, um homem, atento às realidades existenciais, e enxergando na vida muito mais do que o apelo aos 5 sentidos, escreveu um livro ao mesmo tempo enigmático e claro, tão profundo quanto tremendamente simples. Seu nome era Lao-Tsé ou Tzu, dependendo das traduções ocidentais. Ele era apenas um humilde arquivista da corte imperial, mas sua percepção abrigava tudo o que era preciso saber para que o espírito pudesse voar mais alto. Escrito em linguagem poética, contendo 5 mil ideogramas (linguagem em forma de símbolos, característica da língua chinesa) o "Tao Te King" reflete até hoje, ao lado dos "Analetos" de Confúcio e do "I Ching", a mais alta expressão da filosofia oriental. Cheio de paradoxos e mensagens "nas entrelinhas", não é um livro para se abordar com nossos costumeiros preconceitos. É preciso deixar de lado as amarras mentais para entrarmos em contato com uma realidade que prega o abandono de tudo o que consideramos como essencial, e que, ironicamente, é claramente demonstrado como supérfluo e descartável. Desde o começo, o autor procura alertar para a dificuldade de se traduzir por meio de palavras - escritas ou faladas - os conceitos do espírito. No primeiro verso já encontramos "O Tao que pode ser proferido não é o Eterno. O nome que pode ser proferido não é o nome Eterno." Ou seja, para absorver o significado do Tao é preciso senti-lo, mais do que lê-lo ou tentar compreendê-lo. A grosso modo "Tao" é traduzido como caminho ou sentido; "Te" é traduzido como vida, e "King" como livro. Ou seja, Tao-Te-King = O livro do sentido da vida. Lao-Tsé sempre considerou que o homem deve estar de coração (morada dos desejos) vazio para compreender as grandes verdades. Mas como isso seria possível se sua atenção e anseios se voltam para tantas coisas? O gosto pela fama, pelo poder, pela riqueza, por objetos e roupas caras...Se já naquela época, antes de Cristo, era assim, imaginemos como não é hoje, com o homem praticamente escravizado por tais apelos? Tais desejos, segundo Lao-Tsé, impedem o homem de brilhar com a sua própria luz. Ele lembra que uma jóia de valor surge de uma embalagem áspera (o diamante que vem do carvão). O Tao-te-King prega a integração das 3 grandes forças do universo: o Céu, a Terra e o Homem. O problema, segundo o sábio chinês, é que o homem não deixa agir o seu lado divino (o Céu), dando valor na vida apenas ao lado humano (Terra). "Nada faça e tudo estará feito", assim o sábio se exprimia. A inação aqui deve ser entendida não como ócio ou ficar de braços cruzados, mas sim colocar em ação o divino que há em nós para que a vida encontre seu próprio caminho. Simples. Nós é que complicamos tudo. Por fim, deixo um enigma de Lao-Tsé para reflexão: O vaso é modelado com barro. Onde está sua verdadeira utilidade? No barro ou no interior do vaso? No vazio? Sócrates Com Sócrates, o homem aprendeu a olhar para o seu interior. Nascido na Grécia, quase 500 anos antes de Cristo, este famoso filósofo grego combateu os sofistas que pregavam a força das aparências, demonstrando que é dentro de si mesmo e não fora, que o ser humano deve buscar todas as respostas. Alguns estudiosos chegam a dizer que muitas de suas idéias inspiraram o “Existencialismo”, movimento filosófico do século XX que teve em Jean-Paul Sartre seu maior expoente. O que importa é que com Sócrates, as questões que intrigavam a humanidade sofreram um considerável deslocamento. Antes dele, a vertente filosófica era especulativa: que elemento essencial teria dado origem ao universo? Água para Tales, ar para Anaxímenes, fogo para Demócrito. Sócrates trouxe a discussão para a conduta, para o humanismo. O que importa é que o homem saiba viver, saiba qual sua missão perante a natureza e seus semelhantes, passando pela existência com dignidade. Seu famoso aforismo “conhece-te a ti mesmo” resume bem esta busca, que sempre será bem sucedida se utilizarmos a “arete”, ou seja, virtude, que na acepção do filósofo significava “posse do conhecimento”. Sócrates irritava os atenienses por esta busca do conhecimento ideal. Seu método, a “maiêutica” que significa mais ou menos inquirir, interrogar, questionar, dialogar demonstrava que seus contemporâneos falavam de justiça, amor, dever, ética, sem ter a mínima noção do que se tratatava. Sócrates exortava seus concidadãos materialistas a “cuidarem da própria alma”, a “psyche”. Ele acreditava na imortalidade da alma, afirmando que ela era a sede das faculdades morais e que tinha muito mais importância que o corpo. Embora acreditando em alguns preconceitos da mitologia do seu tempo, Sócrates não era ligado nos deuses. Antecipando as codificações de Kardek em quase 2 mil anos, ele acreditava na existência de um só Deus, concluindo que todas as coisas que tem um fim inteligente, devem ter um princípio inteligente, que seria Deus. Embora não fale nos termos “reencarnação” e “livre-arbítrio”, essas idéias são recorrentes em suas aparições públicas, em especial no livro “Górgias”, de Platão, onde afirma que “..quem expia a culpa livra-se do mal que sua alma carrega” e “a felicidade não consiste em livrar-se do mal, mas sim em jamais o ter adquirido” Sócrates passava o dia perambulando pelas ruas de Atenas, exortando seus concidadãos na busca da verdade para que suas almas pudessem se aprimorar. Em época nenhuma, a verdade foi apreciada e Sócrates foi condenado à morte por impiedade. Suas idéias calaram fundo em vários discípulos. Um deles, Platão, se tornou seu maior biógrafo já que Sócrates não deixou obra escrita. Em livros como “Fédon”, “Diálogos”, “Górgias”, Platão mostra o grande filósofo humildemente preconizando sua ignorância na busca de um saber ideal que o levasse e a seus semelhantes para mais perto do princípio inteligente, isto é, Deus. Paracelsus A manipulação dos elementos da natureza sempre teve, nas mãos do homem, uma finalidade específica. Seja para o bem – o uso de plantas e minerais na cura de doenças, seja para o mal – a fabricação de artefatos de destruição. Auroleus Philiphus Theosthratus Bombastus Von Hohenheim, imortalizado como Paracelsus, era um alquimista do bem. Nascido na Suíça, em 1493, desde cedo inclinou-se para os estudos, certamente influenciado pelo fato do pai ser físico, concentrando sua atenção na alquimia, medicina e astrologia. Os princípios do magnetismo – ver “Mesmer” nesta mesma seção, no Almanaque – também o atraíam, já que, à frente de seu tempo, ele acreditava que a solução para muitos dos males físicos e emocionais da humanidade se encontrava além da medicina convencional. Paracelsus via o ser humano como um micro-cosmo, com suas constelações, galáxias e estrelas. Este micro-cosmo deveria estar sempre equilibrado para que o universo que há em cada um de nós pudesse se manter em paz. Disso se deduz que o ser humano estaria sujeito às mesmas leis e fenômenos que o universo, teoria que encantaria um alquimista da era moderna muitos séculos depois: Carl Gustav Jung. Paracelsus via a alma, chamada por ele como corpo sidérico-astral, como parte do ser humano que regressa ao estado natural após a morte do corpo físico, sintonizando-se, um par de séculos antes, com a codificação espírita a ser trazida por Allan Kardec. Perseguido por suas teoria e experimentos, considerados heréticos, Paracelsus era obrigado a levar uma vida nômade, de cidade em cidade da Europa, onde ficava por poucos meses, sustentando-se com suas habilidades ocultistas que empregava para prever o futuro e para curar doentes de uma forma nada ortodoxa. Suas andanças o levaram para longe da Europa, onde após ser preso pelos tártaros, encantou o próprio Grande Khan, ganhando a liberdade. No oriente, seus contatos com Sufis, feiticeiras, ciganos e derviches só fizeram aprofundar sua cultura e seus poderes. Mercúrio, ópio eram alguns elementos que ele manipulava para conseguir sucesso em suas curas. A paixão pela botânica o levou à pesquisa e criação de fitoterápicos que, para escândalo da medicina tradicional, conseguiam ótimos resultados. Mais do que um mero doutor, Paracelsus utilizou seus dons divinos para o mais nobre fim: melhorar a vida de seus semelhantes. Sidarta Gautama O Buda Aquilo que tomamos como real não passa de uma ilusão. Por trás das múltiplas aparências existe um universo estável, imutável, sereno, harmonioso. É esta realidade que devemos, e podemos alcançar, mas para isso devemos aprender a enxergar de novo. Os ensinamentos deixados por Buda, longe de refletirem a filosofia de um só homem, exprimem uma sabedoria universal e não foi à toa que permanecerão atuais em qualquer época. Vejamos em mais detalhes a vida deste espírito iluminado Nascido nobre em um pequeno reino próximo à fronteira da Índia com o Nepal, por volta de 500 A.C. Sidarta Gautama tinha tudo para levar uma vida ociosa, sem responsabilidades e sem outras preocupações a não ser aproveitar o fausto e o luxo em que vivia cercado. Até os 30 anos de idade, foi exatamente esse o tipo de vida que levou, cercado pelos muros do palácio, e na companhia da esposa. É aí que lenda e fatos históricos começam a se misturar para fazer nascer aquele que seria conhecido pelos séculos vindouros como “O Iluminado”, “O Bem-Aventurado”, “O Destinado à Perfeição”, entre inúmeras outras alcunhas. Certo dia, cansado de isolar-se do mundo, o jovem Sidarta, em segredo, saiu do palácio, acompanhado de seu cocheiro que era também uma espécie de guarda-costas. Ao notar um velhinho apoiado em uma bengala, perguntou o que era. “A vida”, respondeu o cocheiro, que também empregou a mesma resposta quando Sidarta presenciou um enterro e depois um homem doente e alquebrado pelos anos. Outra feita, o jovem nobre viu um idoso, vestindo apenas farrapos e pedindo esmolas. O que mais o impressionou é que por trás da pobreza e indigência daquele homem não havia alguém que sofria nem reclamava da vida. A atitude daquele homem, era de quem havia triunfado sobre as efêmeras ilusões materiais. A volta à corte veio acompanhada de muito material para reflexão. Como se seus olhos houvessem sido abruptamente abertos, Sidarta começa a enxergar amigos, adoradores e todo seu modo de viver, de forma diferente. Há como que um choque que o desperta. A ação não demora. Decide conhecer o mundo, mas não como nobre. Instintivamente, adota uma postura radicalmente oposta. Se os bens materiais nada haviam acrescentado à sua visão da vida, decide viver como asceta, alimentando-se somente do necessário, e despojado de qualquer luxo. É aí que começa a história de sua iluminação, pensarão alguns. Nada disso. O ascetismo pouco trouxe de proveitoso, além de mais dúvidas sobre a vida e o papel do ser humano nela. De concreto, uma magreza extrema, alguns seguidores fanáticos e cruel abstinência alimentar. As coisas da vida continuavam a perturbá-lo. Não se sentia triunfante, sereno, em comunhão com os propósitos do universo. Certo dia, após renunciar a este tipo de vida, ele sentou-se para meditar debaixo de uma figueira. Tal posição ficaria conhecida como Lótus ou Zazen (meditação sentada). Assim, sem nada querer, sem angústias, o turbilhão da mente magicamente cessando, Buda experimentou, UNO com o universo, o Nirvana, a Iluminação. A árvore, segundo a lenda, chamava-se Bodhi, a “Árvore da Sabedoria”. Tal iluminação não era o resultado, porém, de um estado de êxtase, onde, por um tempo, se pode esquivar do mundo, flutuando sobre as adversidades, e sim a compreensão mais profunda daquilo que está por trás de todo movimento do universo, das coisas, dos seres. Compreensão que abre as portas para uma vida cheia de sabedoria e com menos DOR. É no conceito de dor que se apóia a filosofia do Buda. A dor existe porque nasce do desejo. Extinguindo-se o desejo, acaba-se com a dor. Para se chegar à completa extinção dos desejos são necessários 8 passos: palavras corretas, intenções corretas, caminhos corretos, trabalho correto, esforço correto, opiniões corretas, meditações corretas e pensamento correto. É claro que isto é uma simplificação. O essencial, segundo ele, era adquirir a dose necessária de conhecimentos para escapar das sucessivas encarnações, da roda do destino. Quase podemos ouvi-lo repetir Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”. Buda convida o indivíduo a identificar em si mesmo o que o liga (prende) ao mundo: prazeres, dinheiro, fama, etc..para daí operar uma reforma íntima pela adoção dos 8 passos, mantendo-se a salvo das ilusões. Buda, como toda alma dadivosa não tencionou guardar suas descobertas para si, dando início à uma pregação que durou até o fim de sua vida, aos 80 anos. Ele começou cruzando a Índia e depois passou aos países vizinhos. O Budismo espalhou-se pela Índia e depois, pelos séculos seguintes pelo Tibete, Japão, Coréia, China e vários países e localidades orientais. Hoje em dia, não é tão praticado no país que o originou, embora a figura do Buda seja uma das mais queridas pelo povo. Elisabeth D’Espérance Famosa médium inglesa, nascida em 1849. Seus dons mediúnicos, incontestáveis, serviram de base para pesquisa científica numa época em que o Espiritismo ainda dava seus primeiros passos na tentativa de se ver aceito como uma doutrina séria e respeitável. Em New Castle, sua cidade natal, desde criança Elisabeth via, ouvia e conversava com espíritos com a mesma naturalidade com que falava com pessoas encarnadas. Tais fenômenos em volta da moça começaram a chamar a atenção. Atraído pelo assunto, um eminente positivista, Dr. Barkas, começou a participar das sessões mediúnicas envolvendo a jovem. Para testar a veracidade das comunicações entre a menina e o mundo espiritual, o doutor sabatinava-a por meio de uma extensa lista de perguntas abrangendo diversos ramos da ciência. As respostas vinham imediatamente, e não só em Inglês, mas em Latim, Alemão e diversos outros idiomas desconhecidos pela menina. É bom frisar que, embora freqüentasse a escola, tais questões estavam ao alcance de pouquíssimos sábios e cientistas da época e, por tabela, muito acima da cultura normal de Elisabeth ou de qualquer pessoa de sua cidade. Ela também transcrevia cartas e desenhava imagens que recebia dos espíritos em ambientes na mais completa escuridão. Outro dom intrigante era sua capacidade de materializar objetos. Ficou famoso o caso de materialização de um lírio raro. Aos cuidados do escritor William Oxley, autor do livro “Revelação Angelical”, sobre a moça, a planta, surgida do nada, viveu durante 3 mêses. A explicação da própria médium é que ela fornecia ectoplasma em abundância. Este fluido é que provoca e favorece a materialização de espíritos e objetos. Elisabeth tinha um guia espiritual, e sob esta influência começou a ampliar suas relações com o mundo invisível, sem esquecer o mundo material onde colocava seus dons em favor dos pobres e desfavorecidos. Tal desvelo acabou lhe valendo o apelido de “Mrs. Hope”,ou “Senhora Esperança”. Decidindo relatar seus dons para a propagação do Espiritismo, Elisabeth escreveu o livro “Shadow Land” ou “No País das Sombras” (lançado no Brasil pela Federação Espírita Brasileira). Desencarnada aos 69 anos, sua existência terrena foi um grande exemplo de abnegação em prol do adiantamento da humanidade. Florence Cook Um ano antes da publicação do Livro dos Espíritos, nascia em Londres uma menina chamada Florence Cook. O ano, 1856. Na época, os fenômenos das “mesas falantes e girantes” ainda despertavam o ceticismo das autoridades e da ciência. Ninguém queria admitir a existência de seres invisíveis, ninguém queria admitir a possibilidade de sobrevivência da alma. Com seus incontestáveis dons que geravam uma miríade de efeitos físicos, Florence Cook ajudou a combater a incredulidade da ciência. Como reputar como charlatanismo fatos e fenômenos testemunhados e até fotografados por cientistas respeitáveis? Como ignorar o então desconhecido “ectoplasma”, substância gerada pelo médium e intermutada com os espíritos para sua comunicação com os encarnados? Como não se impressionar com as materializações do espírito Katie King, como veremos adiante? Com Florence, a expressão “after life”, ou “vida após a morte”, passou a ser seriamente considerada como uma realidade e não produto da imaginação. Desde criança, Florence afirmava ouvir vozes que ninguém ouvia e ver pessoas que ninguém via. Seus dons começaram a ganhar reconhecimento público quando, durante uma sessão, ela começou a levitar junto com a mesa, alguns metros acima do solo. Florence também oferecia seu ectoplasma para permitir a materialização de espíritos. Dentre eles, o mais famoso foi o espírito de Katie King, sua guia espiritual que, quando encarnada, fora esposa de um pirata chamado John King. A presença de Katie impressionava já que, ao invés da imagem etérea de um espírito, ela parecia de carne e osso e se movimentava entre os presentes. Katie tocava as pessoas e as instava a tocarem nela. Nestes momentos, Florence permanecia desacordada. A semelhança física entre Florence e o espírito de Katie King despertou a desconfiança de um dos convidados. Certa vez, ele agarrou o pulso de Katie berrando que o espírito nada mais era do que Florence disfarçada. A desastrada interferência fez com que Katie desaparecesse com os presentes encontrando Florence desacordada alguns metros adiante. Testemunha do fato, a escritora Ross Church, afirmava que, embora houvesse uma certa semelhança facial, Katie e Florence diferiam fisicamente em muitos aspectos. Katie tinha cabelos ruivos, Florence negros. Katie era maior e mais pesada. Não havia como se enganar. A fama de Florence chegou aos ouvidos de Sir William Crooks, um renomado cientista da época. Munido de boa vontade, de uma câmera fotográfica e de um caderno de anotações, Sir Crookes presenciou e fotografou as materializações de Katie King. Com o consentimento do espírito, também fez experiências para se medir as emissões de energia de Katie, acusada por um galvanômetro. O ilustre cientista ficou convencido da existência de Katie, mas, a despeito de suas fotos e anotações, foi duramente atacado por seus colegas que o acusaram até de estar apaixonado pela médium, Florence. Em 1875, Katie King anunciou suas despedidas. Sua missão com Florence havia chegado ao fim. Anos depois, Florence permitiria a materialização de outro espírito, chamado tão somente “Mary”, que cantava e dançava para os presentes. Florence chegou a ir para Berlim, a convite de uma sociedade científica local, para mais experiências. Depois, abriu mão das sessões e passou os últimos anos de sua vida em um local afastado das multidões. Florence Cook veio a morrer em 1904, deixando como legado a aproximação entre ciência e espiritismo. Zaratustra Sábio, filósofo, religioso, profeta, avatar, enviado divino. Há muitas maneiras de designar Zaratustra ou Zoroastro, o fundador do Masdeísmo ou Zoroastrismo, religião nacional da Pérsia que séculos depois iria influenciar o Islamismo, o Judaísmo e até o Cristianismo. Parte desta dificuldade encontra-se na parca documentação escrita deixada pela história, fato que levou mais de um pesquisador a considerá-lo como parte da mitologia dos povos antigos. O fato é que há provas suficientes de que ele tenha realmente existido..e vivido como um grande iluminado. Zoroastro nasceu cerca de mil anos antes de Cristo. O mais interessante é que o sábio Persa, assim como faria o Cristo, já pregava a existência de uma só divindade, ou seja, preconizava uma religião monoteísta num meio e épocas francamente politeístas, de adorações e sacrifícios a diversos deuses. Ormuz (que significa, o sábio) é o Ser primordial do Zoroastrismo, o criador de todas as coisas. Em contra-ponto com Ormuz, o Bem, a Luz, vem Arimã, que significa o Mal, as Trevas. O embate entre os dois era eterno, mas no final dos tempos, Ormuz seria o vencedor e reinaria sobre todo o universo. O ser humano, nascido de Ormuz, tinha a propensão ao Bem, mas, por sua condição terrena, estava sempre sujeito às investidas de Arimã, que procurava tentá-lo. Um dos principais pontos do Zoroastrismo porém é a crença na imortalidade da alma, que, após deixar o corpo terreno, seria julgada segundo suas boas ou más ações. Céu, Inferno e Purgatório estariam à espera de sua alma, dependendo de suas boas ações. Diz a história que aos 20 anos, Zoroastro se retirou da civilização para passar 7 anos meditando em uma caverna. Iniciou sua missão aos 30 anos ( coincidência?), após uma série de revelações dadas por uma divindade chamada Ahura Mazda, que o designou “Pastor dos Pobres”. Zoroastro foi o próprio pregador do deserto. Ninguém o ouvia e os primeiros convertidos à sua doutrina foram membros de sua própria família. A conversão do rei Vislitas. O sábio persa não pregava a castidade, tendo-se casado e gerado uma filha. Seu legado não foi somente oral. Zoroastro deixou as Gâthâs, conjunto de versos sobre a condição terrena e divina do homem. Reunidos são também conhecidos como “Zend-Avesta”. São consideradas as escrituras sagradas do Zoroastrismo. Aos 77 anos, morreu assassinado por um fanático defensor da religião vigente. Não adiantou, a doutrina de Zoroastro estava destinada a servir de esteio a toda Pérsia antiga e a boa parte da Ásia. Na Pérsia atual (Irã), ainda há alguns seguidores mas a maioria é da religião Maometana. Na Índia ainda é possível encontrar muitos devotos do Zoroastrismo. William Shakespeare Sabe a famosa frase “Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia?” Ela não só resume o propósito desta coluna – destacar a visão de homens e mulheres que enxergaram além dos 5 sentidos – como também serve para apresentar o ocultista desta semana, William Shakespeare. Um dos mais citados e representados dramaturgos de todos os tempos, com um legado que até hoje influencia todos os tipos de literatura e expressões artísticas modernas, Shakespeare deixou uma obra repleta de referências à imortalidade da alma, a espíritos benignos ou malignos, a fadas, duendes, lugares encantados, bruxarias e sortilégios. Nelas, os valores humanos são questionados e confrontados com valores espirituais, isso de forma dramática e às vezes cômica. Como acontece com todo grande nome, há controvérsias sobre a biografia do Bardo de Avon, como era chamado. O pouco material existente deriva de registros da monarquia, da igreja, e de críticas de seus rivais. Uma corrente do esoterismo acredita que Shakespeare tenha sido uma das reencarnações da alma que um pouco mais tarde seria conhecida como o Conde Saint-Germain. Sabe-se com segurança apenas que nasceu em 1564, em Stratford-on-Avon, Inglaterra. Que era filho de pais burgueses, que teve sólida educação na escola local e que mais tarde desposou uma mulher mais velha, Anne Hathaway, com quem teve dois filhos. Começou a carreira como ator, consolidando-se mais tarde como grande autor. Vejamos agora, em algumas obras de peso, como a mão de Shakespeare nos conduz a outros planos da existência. É de “Hamlet” a frase que abriu esta resenha. Dita pelo próprio logo no começo da tragédia, exprime seu espanto após haver se deparado com o fantasma do seu pai, numa das torres do castelo, a lhe pedir que vingue sua morte, perpetrada por seu tio, tirano usurpador do trono. O famoso monólogo “Ser ou não ser, eis a questão..” surge daí. Da angústia de Hamlet em cumprir a missão: assassinar o tio para vingar a morte do pai. Na verdade, o tema deste monólogo é nada mais que o suicídio, só que, ciente das consequências espirituais, Hamlet não o perpetra, mas vejam como a idéia assoma em seu desabafo: “...Morrer...dormir...mais nada. Imaginar que um sono põe remate aos sofrimentos do coração e aos golpes infinitos que constituem a natural herança da carne...” Mas ele desiste. “...O não sabermos que sonhos poderá trazer o sono da morte, quando enfim desenrolarmos toda meada mortal, nos põe suspensos...” Em “A Tempestade” encontramos Próspero, antigo Duque de Milão, invocando forças sobrenaturais para trazer à pequena ilha em que fora abandonado, o navio dos nobres que arruinaram sua vida. Próspero consegue manobrar a força dos ventos e das águas para provocar o naufrágio. Na ilha, é mestre de criaturas encantadas como Ariel, espírito do Ar, e de outros espíritos da natureza. O perdão é o tema da peça, pois no final, Próspero referindo-se à sua magia negra, reconhece que ela o levara para longe do desenvolvimento espiritual. “Meu encanto terminado, reduzi-me ao próprio estado, bem precário, é verdade.” “...pois de todo, ora careço da arte negra de alto preço, que os espíritos fazia surgir de noite ou de dia..” “..o auxílio procuro de vossa prece que assalta até a Graça mais alta, apagando facilmente as faltas de toda gente. Como quereis ser perdoados de todos vossos pecados, permiti que sem violência me solte vossa indulgência.” “Sonhos de Uma Noite de Verão” traz o duende Puck intermediando as relações de Hipólita, Rainha das Fadas, e de Oberon, Rei dos Elfos. Puck também interfere nas relações humanas, a mando de Oberon, manejando poções do amor e magias diversas. Os elfos Flor-de-Ervilha, Traça, Semente-de-Mostarda e Teia-de-Aranha complementam o tom mágico desta peça onde o destino das pessoas é resolvido em contato com espíritos da natureza, num mundo mais real do que o das paredes da cidade. Em “Macbeth”, Shakespeare já começa pondo 3 assustadoras Bruxas a serviço de conspirações. Logo no início, seu caldeirão ferve enquanto elas conjuram preces para destruir os inimigos de seu senhor. O personagem principal da peça também é acometido de uma visão comum no espiritismo a todos os que cometem crimes horríveis. A todo momento, vê diante de si o punhal, arma do crime, e o espectro de Banquo, vitimado pela arma. “...Ou de um punhal não passas, simplesmente, do pensamento, uma criação fictícia procedente do cérebro escaldante?” “Já vou, está feito. ..é um chamado eterno que para o céu te leva ou para o inferno.” Na velhice, Macbeth reconhece que o peso de tudo o que ele conquistou, honrarias, poder, riquezas, nada valem se comparados a conceitos como amor, amizade, consciência. Há muitos outros exemplos. Infelizmente, os bancos escolares conferem a autores como William Shakespeare uma aura didática, um exemplo de estilo, de gênero, se esquecendo do conteúdo de suas obras, o que leva a muitos a nem tentarem se aproximar de obras que julgam como chatas antes mesmo de lerem-nas. Bem, nunca é tarde para se começar. Que tal, ir à biblioteca ou livraria e travar conhecimento com a obra deste grande autor e ocultista? Platão Nascido cerca de 400 anos antes de Cristo, em Atenas, o mais conhecido seguidor de Sócrates, perpetuou os ensinamentos falados do mestre através de expressiva obra escrita na forma de diálogos. De linguagem simples, seus livros procuravam atingir o leitor comum de sua época. Não só atingiram, como chegam aos nossos tempos ainda provocando inquietações e questionamentos. Suas obras falam de uma sociedade ideal, mais justa e equilibrada. Não só. Discorrem sobre mundos invisíveis habitados por seres etéreos que praticam o Belo e o Justo. Seu legado, trouxe à civilização idéias, conceitos e mitos que até hoje lançamos mão para nos auto-conhecer. - A existência de Atlântida - Os conceitos de Amor Platônico e Almas Gêmeas - A existência de um Mundo Ideal, além do mundo real - A Sobrevivência da Alma ao deixar o corpo - O Estado Ideal. Amante da sabedoria e espírito inquiridor, sua atenção logo foi chamada pelos discursos que Sócrates proferia em praças públicas. A “maiêutica”, sistema de investigação de que se valia Sócrates para derrubar dogmas e idéias cristalizadas, o fascinou e em breve, contando apenas 20 anos, acompanhava o mestre e ídolo por todo lado. Um breve resumo das circunstâncias da época, no que tocava à filosofia. O mundo continuava tão incompreensível quanto antes e o senso comum se revoltou contra isso. As diversas teorias e filosofias sobre sua origem, matéria-prima (água, fogo, etc.) não eram fruto de experimentos físicos e tampouco traziam auto-conhecimento, conhecimento nem paz de espírito. Quando Platão surgiu, havia uma tomada de posição a favor de tentar se compreender o ser humano, tarefa mais lógica e fácil do que especular sobre as origens do universo. Atenas, palco de atuação de Platão e Sócrates, era uma democracia que estimulava a participação dos cidadãos livres nas decisões do Estado. O problema é que esta liberdade favorecia a atuação de uma classe de homens cética, vaidosa e prepotente que alardeava a busca do saber, mas apenas como uma forma de alcançar cargos e outras honrarias materiais. A verdade absoluta não existia, apregoavam eles. Certo e Errado, Sabedoria e Justiça são apenas nomes. Não temos como provar sua existência, diziam. Vamos nos deter no que existe e tirar proveito disso. Tal posição favorecia uma distância de qualquer sentimento religioso. Prestava-se culto aos deuses em festivais e datas importantes, mas de forma mecânica, com quase nenhuma exortação à “psyche” (princípio da vida, alma). Platão e Sócrates dedicaram suas vidas a combater este ceticismo, sendo que Sócrates pagou a luta com a própria vida.Vejamos alguns conceitos que Platão nos deixou:No livro “A República”, o filósofo defende que o indivíduo deve sempre visar ao bem comum antes de qualquer interesse pessoal. A sociedade seria dividida em castas, onde cada um exerceria uma função de acordo com suas predisposições físicas e intelectuais. O Mundo Ideal. A essência das coisas não pode ser captada por nossos sentidos. Temos apenas uma pálida idéia de sua perfeição e magnitude. Tais coisas, assim como tudo o que surge em nossa mente, são um reflexo de um mundo perfeito, atemporal e eterno ao qual não temos acesso, mas que é real, só que em outro plano da existência. Esse mundo contém o protótipo de todas as coisas. Nosso mundo, com as coisas que o compõem, reflete nossa imperfeição, sendo uma cópia imperfeita desse mundo-modelo. O termo Amor Platônico deriva do conceito acima. Associado à uma forte paixão, seria um vislumbre do amor perfeito, idealizado, pertencente a um Mundo IdeaI. Imortalidade da Alma. Também partindo da premissa acima, Platão afirmava que a alma pertence a este mundo perfeito, para onde voltaria após o túmulo. A morte corpórea seria uma renovação da própria vida. Nosso saber enquanto no corpo seria uma reminiscência, uma intuição de estadas anteriores neste mundo perfeito. Nossa memória não é completa pois prestes a reencarnar, as almas são obrigadas a beber a água do Rio Letes, o rio do esquecimento. No livro “Fédon”, estes conceitos são discutidos à exaustão. Em seu livro “Atlântida”, Platão situa o continente perdido a oeste do Atlântico. Descreve uma civilização avançada em saber mas corrompida moralmente, que teria existida 10 mil anos A.C.babyschmitt.com.br

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O QUE SIGNIFICA "ÁGAPE"?

Ágape designava entre os cristãos primitivos uma festa ou reunião fraternal. Mais tarde, transformou-se numa espécie de refeição de caridade na qual se dava expressão ao amor que os unia como uma família. A palavra grega ágape foi traduzida para o latim por caritas (caridade). Existem ainda, de acordo com a língua e cultura grega, mais três palavras para designar o amor: philéo, que diz respeito à amizade. Por exemplo: filantropia (amigo da humanidade), filosofia (amigo do saber), bibliófilo (amigo dos livros) etc.; storge, que é o tipo de amor fraternal, habitualmente relacionado pelos gregos com o amor dos animais por seus filhotes; e, eros, que se relaciona com o amor físico ou carnal. Na mitologia grega, eros era o deus da paixão e dos desejos.etimologista.com